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Presidente do BC defende gestão pública do Pix e rebate críticas: “Infraestrutura estratégica do país”

© Marcelo Camargo/Agência Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendeu nesta quarta-feira (6) que o Pix continue sob administração pública, reforçando sua importância estratégica para o Brasil. Durante participação em um evento voltado ao setor de criptoativos, no Rio de Janeiro, ele criticou a disseminação de informações falsas sobre o sistema de transferências instantâneas.

“O Pix é uma infraestrutura crítica e estratégica para o Brasil. É fundamental para a segurança do país que ele continue sendo administrado pelo Banco Central”, declarou Galípolo.

Segundo ele, manter a gestão pública do Pix evita possíveis conflitos de interesse que poderiam surgir caso empresas privadas assumissem o controle do sistema. “Se tivéssemos alguma empresa como responsável pela gestão do Pix, imaginem os conflitos a cada decisão sobre incluir ou excluir participantes. É essencial que permaneça como uma infraestrutura digital pública”, reforçou.

Combate às fake news

Galípolo também lamentou que o Pix tenha se tornado alvo de desinformação, especialmente nas redes sociais. “Vivemos um tempo em que muitas questões são complexas e acabam sendo distorcidas por versões que soam mais atraentes do que os próprios fatos”, afirmou, referindo-se à propagação de fake news envolvendo o sistema.

Ferramenta de inclusão financeira

O presidente do BC destacou ainda o papel do Pix na ampliação do acesso da população aos serviços financeiros. Desde sua criação, em 2020, a ferramenta tem impulsionado a inclusão bancária no país. Atualmente, há mais de 858 milhões de chaves cadastradas e cerca de 250 milhões de transações são realizadas diariamente.

Ele negou que o Pix esteja prejudicando o setor bancário ou concorrendo com outros meios de pagamento. De acordo com Galípolo, os dados mostram justamente o contrário: as transações com cartões de débito, pré-pago e crédito seguem em alta, com crescimento superior ao registrado antes da implementação do Pix.

“As operações com cartões, especialmente os de crédito, cresceram ainda mais após o lançamento do Pix. Isso desmonta qualquer narrativa de rivalidade ou prejuízo para os bancos”, afirmou.

Entre 2020 e 2024, o número de transações com cartões de crédito cresceu 20,9%, enquanto, entre 2009 e 2019, esse índice era de 13,1%.

Pressão internacional

Galípolo também comentou sobre a investigação iniciada pelos Estados Unidos envolvendo o Pix. Desde o mês passado, o sistema está sob análise do Escritório do Representante de Comércio dos EUA, que busca entender se o Brasil está impondo barreiras comerciais a instituições financeiras americanas.

A representação, ligada ao governo do ex-presidente Donald Trump, questiona se o modelo brasileiro de pagamentos digitais e suas tarifas preferenciais estariam prejudicando a competitividade de empresas norte-americanas nos setores de comércio e serviços financeiros eletrônicos.

Fonte: Agência Brasil

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