Política

Hugo Motta critica protestos da oposição e reforça que ações no plenário devem seguir o regimento da Câmara

© Bruno Spada/Câmara dos Deputados
© Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), abriu a sessão plenária na noite desta quarta-feira (6), por volta das 22h30, após horas de impasse causado por protestos e obstruções de parlamentares da oposição. Em seu pronunciamento, Motta condenou a conduta dos deputados oposicionistas e defendeu o respeito às regras da Casa.

“O que presenciamos entre ontem e hoje com essa paralisação dos trabalhos não contribui para o funcionamento desta Casa. A oposição tem o pleno direito de se manifestar, mas isso deve ser feito dentro dos limites estabelecidos pelo nosso regimento interno e pela Constituição. Não permitiremos que atitudes como essa se sobreponham à vontade soberana do Plenário”, afirmou.

Desde terça-feira (6), deputados da oposição têm ocupado os plenários da Câmara e do Senado em reação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, reivindicam a inclusão, na pauta, de uma proposta de anistia ampla aos condenados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, além do pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Motta reforçou que interesses individuais não devem se sobrepor às prioridades do país. “As soluções para o Brasil nascem aqui. Não podemos permitir que projetos pessoais ou eleitorais se coloquem acima do bem comum e das necessidades do povo que espera por decisões desta Casa.”

O presidente da Câmara também fez um apelo por diálogo e respeito entre os parlamentares, destacando que irá conduzir os trabalhos com firmeza. “Defenderei sempre as prerrogativas do Parlamento e o pleno exercício dos mandatos. Mas isso exige respeito mútuo e a garantia de que todos possam se manifestar dentro da legalidade e da ordem.”

Tensão e tumulto no plenário

Ao chegar ao plenário, Hugo Motta enfrentou resistência de alguns deputados para assumir sua posição na Mesa Diretora. Os parlamentares Marcel van Hattem (Novo-RS) e Marcos Pollon (PL-MS) estavam entre os que dificultaram o acesso.

Mais cedo, o Colégio de Líderes havia decidido realizar uma sessão presencial às 20h30, mas a oposição demorou a desocupar o local, prolongando o impasse. O plenário da Câmara está ocupado desde terça-feira pelos opositores, que exigem mudanças na condução dos processos contra Bolsonaro e seus aliados.

Riscos de sanções

A Secretaria-Geral da Mesa da Câmara divulgou nota advertindo que qualquer tentativa de impedir o funcionamento das atividades legislativas poderá levar à aplicação de sanções conforme previsto no Regimento Interno. Entre as punições está a possibilidade de suspensão do mandato por até seis meses, mediante representação ao Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.

Polêmica com presença de criança

Durante a ocupação do plenário, a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) levou sua filha pequena, um bebê de colo, ao local. O deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, apresentou denúncia ao Conselho Tutelar, alegando que a criança foi exposta a um ambiente de risco e instabilidade institucional.

“Fui chamada às pressas pelos colegas e precisei vir com a minha bebê. Será que vão nos tirar à força?”, questionou Júlia, que estava sentada na cadeira da presidência da Casa.

Senado adota medidas remotas

No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) decidiu realizar remotamente a sessão deliberativa prevista para esta quinta-feira (7), como forma de contornar o bloqueio da oposição e garantir o andamento dos trabalhos legislativos.

Fonte: Agência Brasil

Categorias
Política