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Relatório aponta fadiga de pilotos como possível causa do acidente da Voepass que matou 62 pessoas

© Secretária de Segurança de São Paulo/Divulgação
© Secretária de Segurança de São Paulo/Divulgação

Um relatório elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) indica que a fadiga da tripulação pode ter sido um dos fatores que contribuíram para o acidente com o avião da Voepass/Passaredo, ocorrido em 9 de agosto de 2024, que resultou na morte de 58 passageiros e quatro tripulantes.

De acordo com o documento, as escalas de voo impostas pela companhia não garantiam o período mínimo de descanso previsto em lei, o que teria levado os pilotos a atuar em condições de exaustão. Isso pode ter comprometido a atenção e o tempo de reação durante a operação do voo 2283.

A auditoria também constatou que a empresa não mantinha controle adequado sobre a jornada de trabalho dos aeronautas, descumprindo a Lei dos Aeronautas e cláusulas da Convenção Coletiva que tratam da prevenção de fadiga. Essas falhas resultaram na aplicação de dez autos de infração, com multas que totalizam aproximadamente R$ 730 mil. Além disso, a companhia foi notificada por não ter recolhido mais de R$ 1 milhão ao Fundo de Garantia dos empregados.

Em paralelo, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu as operações da Voepass em março de 2025 e, em junho, cassou definitivamente sua certificação de voo. A empresa, que ingressou com pedido de recuperação judicial em abril, ainda pode recorrer das penalidades aplicadas.

A reportagem tentou contato com a Voepass para comentar o relatório, mas não obteve resposta.

Fonte: Agência Brasil

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