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Brasil avalia incluir minerais críticos e terras raras em negociações com os EUA, diz Haddad

© Lula Marques/Agência Brasil
© Lula Marques/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (4) que o Brasil pode incluir os minerais críticos e as terras raras nas tratativas tarifárias com os Estados Unidos. De acordo com ele, a possibilidade de um acordo sobre esses temas está sendo discutida com o governo norte-americano.

“Temos reservas importantes de minerais críticos e terras raras, enquanto os Estados Unidos têm carência desses recursos. Podemos fechar acordos de cooperação voltados à produção de baterias mais eficientes”, afirmou o ministro em entrevista à rádio BandNews.

Entre os minerais críticos estão elementos como lítio e nióbio, essenciais para a fabricação de baterias elétricas e processadores voltados à inteligência artificial (IA). O governo brasileiro tem debatido, desde maio, a formulação de um novo marco regulatório para IA e infraestrutura de datacenters (centros de processamento de dados).

Medidas emergenciais contra o tarifaço

Sobre o plano emergencial que está sendo preparado para amparar os setores afetados pelas tarifas de 50% impostas pelos EUA — medida herdada da gestão Trump —, Haddad garantiu que as ações já estão prontas e deverão ser anunciadas até quarta-feira (6), quando os aumentos tarifários passam a valer.

Mais cedo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirmou que o plano de contingência está finalizado. As medidas incluem linhas especiais de crédito e incentivos para facilitar compras governamentais de produtos nacionais afetados.

Negociação em aberto e possíveis exceções

O ministro da Fazenda também destacou que o governo brasileiro não descarta novas exceções à lista de produtos tarifados. Segundo ele, as conversas seguem em andamento e ainda há espaço para avanços até o prazo final.

“É possível que tenhamos novidades até o dia 6. Não trabalhamos com uma data definitiva. Enquanto houver abertura para diálogo, o Brasil permanecerá na mesa de negociação. Mas, da forma como está hoje, as tarifas são inaceitáveis”, declarou Haddad.

Entre os setores que podem se beneficiar com uma eventual exclusão da lista de tarifação, está o do café. Após reunião com Alckmin nesta segunda-feira, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcio Ferreira, afirmou que há cerca de 50% de chance de o setor ser retirado da medida tarifária dos EUA.

Fonte: Agência Brasil

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