Clima de Guerra na Serra: Toque de recolher, tiroteio e morte em Central Carapina
Quem mora no bairro Central Carapina, na Serra, teve dificuldades para sair de casa na manhã desta quarta-feira (21). Segundo moradores, os ônibus foram proibidos de circular no bairro e criminosos impuseram ordem para o comércio fechar, além de uma escola que também teve as aulas suspensas.
O clima começou a ficar complicado na região quando um homem foi morto durante uma operação policial. Segundo a polícia, Deuzimar Cunha Bento Neves, de 18 anos, ele tem passagem por tráfico e a 15 dias foi detido por suspeita de participação em um homicídio. Segundo a polícia, durante a invasão de uma casa ele teria apontado uma arma para policiais e um deles revidou, ao final da operação foram apreendidas duas pistolas.
Após a morte de Deuzimar, moradores da região se revoltaram contra os policiais e passaram a atacá-los com pedras. Duas viaturas foram atingidas, uma delas um veículo descaracterizado da Polícia Civil da Serra. Uma equipe da Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) foi acionada e, segundo a polícia, também foi recebida a pedradas por moradores.
Por causa da confusão, policiais militares do 6º Batalhão e da força tática da PM, além de homens do Grupo de Operações Táticas (GOT) da Polícia Civil, foram ao local prestar apoio. Os policiais atuaram tanto na Rua Ceará quanto na Avenida Brasil, a principal do bairro. Balas de borracha e bombas de gás precisaram ser usadas para conter moradores mais exaltados.
“Após a ocorrência, a população se revoltou e jogaram pedras nas nossas viaturas. Duas foram atingidas, quebraram os vidros da viatura e, com o reforço da Polícia Militar, foi sanado qualquer tipo de agressão que estava ocorrendo”, frisou Sandi Mori.
O delegado ainda deixou um recado para os criminosos dizendo que a polícia não vai se intimidar e vai partir pra cima, ” Não venham pra cima da polícia, pois não vamos recuar. Somos altamente treinados para revidar”, disse o delegado.
O secretário da Segurança, André Garcia, trata o fato como uma eventualidade e pediu para que as unidades de sáude, escolas, comércio e transporte funcionem normalmente no bairro. “Nós tivemos uma ocorrência porque a polícia estava trabalhando, cumprindo mandados de prisão. Ninguém chegou para promover desordem, pelo contrário. Eventualmente acontece esse tipo de reação”, explicou.