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Diretor de presídio e agentes são investigados por beneficiarem detentos no Espírito Santo

Uma operação para acabar com um esquema de regalias e benefícios dados por servidores da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) a detentos de unidades prisionais no Espírito Santo foi deflagrada na manhã desta quarta-feira pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por intermédio dos Promotores de Justiça que integram o Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (GETEP), Diretoria de Inteligência Prisional (DIP), a Corregedoria do órgão e o Núcleo de Repressão as Organizações Criminosas e a Corrupção (Nuroc).

Dois servidores da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) foram presos, sendo um deles um diretor de unidade prisional da Serra, o outro agente da Sejus foi afastado da função. A operação também cumpriu mandados de busca e apreensão nos domicílios dos três investigados e em repartições públicas. Os mandados foram expedidos pelo juízo de Colatina, os detidos até o momento estão sendo conduzidos para a sede do Nuroc, em Vitória.

A operação Hagite é resultado de levantamentos iniciais realizados pela Diretoria de Inteligência da Sejus, com os quais se obteve notícia de prática de crimes de corrupção passiva e associação criminosa por parte do diretor de uma unidade prisional da Serra, o qual cobrava valores de um interno em troca de benefícios e regalias dentro do estabelecimento de custódia.

O nome da Operação Hagite (mãe de Adonias, filho de Davi, à época rei de Israel) faz referência à posição de obter o que não é seu de direito. Na investigação em curso, remete ao pedido de pagamento de propina para que servidores pudessem realizar festas e viagens.

As primeiras apurações indicavam verdadeiro consórcio criminoso envolvendo servidores de outro presídio, localizado no município de Colatina, onde as irregularidades foram descobertas. Detentos saíam do município da Serra e, quando transferidos para o presídio de Colatina, mediante pagamento de vantagens indevidas, continuavam a receber tratamento diferenciado, sendo colocados para trabalhar, obtendo favores dos servidores investigados.

O Ministério Público obteve provas de ameaças a familiares dos internos para que as condutas praticadas não fossem denunciadas. Além disso, o MPES apurou que havia orientação formal para destruição de provas das condutas ilícitas perpetradas. As investigações estão em curso com o objetivo de esclarecer outras denúncias.

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