Dólar sobe e Bolsa cai em meio a tensão entre governo e Congresso

Em um dia marcado por desgastes entre o governo federal e o Congresso Nacional, o dólar comercial encerrou esta quarta-feira (25) em alta, atingindo o maior valor em 15 dias. Ao mesmo tempo, a bolsa de valores registrou queda e atingiu o menor patamar desde o início de junho.
A moeda norte-americana foi vendida a R$ 5,554 no fim do dia, com aumento de R$ 0,035 (+0,63%). A cotação iniciou o dia em alta e chegou a bater R$ 5,57 por volta das 12h30, antes de perder força no decorrer da tarde. Este é o maior valor registrado desde 10 de junho. Apesar da valorização no dia, o dólar acumula queda de 2,87% em junho e de 10,11% no ano de 2025.
O mercado acionário também foi impactado. O índice Ibovespa, principal indicador da B3, fechou em 135.768 pontos, com recuo de 1,02%. Este é o menor nível do índice desde o dia 9 de junho.
O nervosismo nos mercados foi alimentado pela decisão do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar para esta quarta-feira a votação de um projeto que revoga o decreto presidencial que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Caso o Congresso derrube o decreto, estima-se uma perda de arrecadação entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões em 2025.
O projeto está sendo analisado nesta noite pela Câmara dos Deputados e pode seguir ainda hoje para votação no plenário do Senado.
Diante da possível queda de receita, o governo estuda alternativas para cumprir as metas fiscais previstas no novo arcabouço. Três caminhos são cogitados: bloqueio de parte dos recursos do Orçamento (contingenciamento), aprovação de uma medida provisória que autoriza a venda de óleo da União em áreas do pré-sal próximas aos campos de Tupi, Mero e Atapu — o que pode render R$ 20 bilhões — ou o recebimento de dividendos extraordinários de empresas estatais.
Fonte: Agência Brasil