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Espírito Santo vai ter primeiro museu do carro antigo

O Espírito Santo vai ganhar, ainda neste ano, o seu primeiro museu do carro antigo,  dedicado à preservação da história e da engenharia dos veículos clássicos. A iniciativa é do engenheiro mecânico e fundador da startup capixaba Original Box, Hadriel Benício, que decidiu transformar sua coleção pessoal em um projeto aberto ao público. A empresa é uma das expositoras na Autotech 2025, maior feira do setor automotivo no Estado, que começou na sexta-feira (24) e vai até domingo (26), na Praça do Papa, em Vitória, com entrada gratuita.

O Museu do Automóvel do Espírito Santo será inaugurado no Centro de Vila Velha, com previsão de abertura ainda em 2025. O espaço contará com cerca de 30 carros antigos, a maioria de origem europeia e fabricados antes da década de 1950, além de modelos raros da Segunda Guerra Mundial.

“Eu sempre gostei de carro e de museu. Sempre que viajava, visitava algum. E percebi que o Espírito Santo não tinha um espaço dedicado a isso. Chegou um ponto em que a coleção era tão grande que seria injusto não abrir ao público”, explica Hadriel.

Inclusive, a paixão por modelos raros que fez com que Hadriel tivesse a ideia de criar sua startup. A Original Box fabrica peças descontinuadas, obsoletas ou personalizadas para veículos antigos, itens de difícil acesso no mercado comum, com uso de impressão 3D, engenharia reversa e acabamento especial, com peças revestidas até por metal, o que facilita o acesso e compra. 

Nos negócios, a startup conta com incentivo do governo do Estado, por meio de editais da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti)

Carros históricos e exclusivos 

Entre os destaques do acervo estão veículos com histórias únicas e  que prometem fazer o coração dos apaixonados por carros bater ainda mais forte. Um deles é o Humber Hawk 1951, um modelo britânico do qual existem apenas duas unidades conhecidas no Brasil – a única em ótimas condições sendo de Hadriel.

Outro carro de destaque é um Jeep da marca JPX, modelo Canhoneiro, datado de 1995. Sua raridade está no fato de ser um item exclusivo, já que só dez unidades foram fabricadas. Dessas, duas estão no acervo do capixaba, e uma delas, inclusive, foi usada em uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) na África.

E, além dos veículos, o museu terá salas temáticas e coleções específicas, como uma dedicada apenas a volantes, outra a motores e uma terceira com emblemas e peças originais. O objetivo, segundo o fundador, é proporcionar uma imersão cultural, inclusive para quem não é apaixonado por automóveis. “A ideia é que mesmo quem não entende de carro consiga entrar, aprender, e sair de lá com uma nova visão sobre o universo automotivo”, conta.

Para esse tipo de visitante, o engenheiro garante que cada carro e cada peça terão identificação e contextualização histórica, com textos que explicam suas origens, funções e importância na evolução automotiva. 

A identificação também é uma forma de garantir a função social e educativa do museu. Sobre isso, Hadriel afirma que está estruturando o valor dos ingressos e horários de funcionamento, mas adianta que o espaço terá dias de visitação gratuita para escolas e comunidades em situação de vulnerabilidade social, além de que irá organizar palestras em escolas para incentivar os jovens a se aproximarem da área automotiva. “Queremos mostrar que o setor automotivo também é uma oportunidade de carreira. O museu vai servir como um ponto de partida para inspirar novas gerações”, destaca.

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