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EUA impõem restrições, e ministro Alexandre Padilha não participará da Assembleia da ONU

© José Cruz/Agência Brasil
© José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não fará parte da comitiva brasileira que viaja aos Estados Unidos na próxima semana para a 80ª Assembleia Geral da ONU. A decisão ocorreu após o governo norte-americano impor limitações ao visto do ministro, informou o Ministério da Saúde em nota oficial.

Segundo o comunicado, a Missão dos EUA para a ONU comunicou que Padilha estava proibido de participar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O ministério considerou a medida uma violação ao Acordo de Sede da ONU e ao direito do Brasil de apresentar suas propostas no principal fórum internacional de saúde das Américas.

O visto concedido permitiria apenas deslocamentos restritos — do hotel à sede da ONU — e visitas a unidades médicas em casos de emergência. Diante dessas limitações, classificadas pela pasta como “infundadas e arbitrárias”, Padilha permanecerá no Brasil para acompanhar a votação da MP do Programa Agora Tem Especialistas no Congresso Nacional.

Ainda de acordo com o ministério, a medida não seria uma retaliação pessoal contra o ministro, mas sim contra o papel do Brasil na defesa da ciência, da vacinação e do combate ao negacionismo. A pasta destacou que a articulação diplomática será mantida pela delegação brasileira em Nova York e Washington, além de encontros paralelos do ministro em agendas como a COP30, o Mercosul e o BRICS.

Antecedentes

Em agosto, os Estados Unidos já haviam cancelado o visto da esposa e da filha de 10 anos de Padilha. À época, o ministro estava com o visto vencido desde 2024, o que impossibilitava seu cancelamento. Na mesma semana, o Departamento de Estado também revogou vistos de servidores ligados ao programa Mais Médicos, entre eles Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada, e Alberto Kleiman, ex-assessor da pasta e hoje coordenador da COP30.

O então secretário de Estado, Marco Rubio, justificou que os servidores teriam atuado em um suposto “esquema de exportação de trabalho forçado” do regime cubano por meio do Mais Médicos.

Fonte: Agência Brasil

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