Economia

Grupo Mota-Engil vence leilão para construção do túnel Santos–Guarujá

© Paulo Guereta/Governo do Estado de SP
© Paulo Guereta/Governo do Estado de SP

O consórcio português Mota-Engil, que conta com participação da empresa chinesa China Communications Construction Company (CCCC), venceu nesta sexta-feira (5) o leilão para a construção do túnel que conectará as cidades de Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo.

O certame ocorreu na sede da B3, em São Paulo, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Márcio França (Empreendedorismo), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e do governador Tarcísio de Freitas, além de parlamentares e autoridades estaduais.

A Mota-Engil superou a espanhola Acciona ao oferecer 0,50% de desconto sobre o valor da contraprestação pública, fixado em R$ 438,3 milhões por ano. A Acciona havia apresentado proposta sem desconto.

A concessionária vencedora assumirá a responsabilidade pela construção, operação e manutenção do túnel por 30 anos. O investimento total está estimado em R$ 6,8 bilhões, dos quais até R$ 5,14 bilhões virão de aportes públicos, divididos entre governo federal e governo paulista. O restante será financiado pela iniciativa privada.

Protestos e questionamentos

Durante o leilão, manifestantes protestaram em frente à B3, alegando que a obra poderá provocar desapropriações em Santos. Representantes da comunidade do Macuco alertaram que cerca de 200 famílias podem ser afetadas e reivindicaram garantias de indenizações justas e transparentes.

Na véspera do certame, o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), rejeitou pedido do Ministério Público junto ao TCU para suspender o leilão. O órgão havia levantado suspeitas sobre possível favorecimento a grupos estrangeiros, mas Dantas considerou que não havia provas consistentes de irregularidades.

A maior obra do Novo PAC

O túnel Santos–Guarujá será a primeira travessia submersa do Brasil e integra o Novo PAC. Terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros imersos, construídos com módulos pré-moldados de concreto instalados no leito do canal portuário.

O projeto prevê três faixas por sentido — uma delas preparada para VLT —, além de ciclovia, espaço para pedestres e galeria de serviços.

Atualmente, o deslocamento entre as cidades é feito por balsas ou pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055), com tempos de viagem que variam de 18 minutos a uma hora. Com o túnel, a travessia deverá ser concluída em até cinco minutos.

Segundo o governo paulista, a nova ligação vai aliviar o tráfego rodoviário, impulsionar o turismo e a economia local, além de reduzir emissões ao incentivar o transporte coletivo e sustentável.

Fonte: Agência Brasil

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