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“Maníaco da Ilha do Boi” é preso em Colatina por manter idosa em cárcere privado

Seis anos após ser solto pela Justiça do ES, Antúlio Gomes Pinto, o homem de 57 anos que ficou conhecido como “maníaco da Ilha do Boi”  foi preso nesta segunda-feira (30) em Colatina. Segundo a Polícia Civil, ele é acusado de manter em cárcere privado uma idosa de 65 anos de idade, que o ajudava com as atividades domésticas no apartamento onde moravam. Segundo a delegada Jaciely Favoretti, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Idoso (DPCAI), Antúlio alegou que a idosa morava na casa para ajudá-lo.

De acordo com as denúncias, os dois mantinham uma relação de amizade desde 2017. Há cerca de um ano, no entanto, com a pandemia de covid-19 e o argumento de não poder sair de casa, o comportamento do preso passou a ser mais abusivo, proibindo a mulher de sair de casa e assumindo o controle de seu celular e cartões de banco por exemplo.

A idosa contou que não podia sair de casa e tinha medo de ser morta. Para a polícia, a família relatou que perdeu o contato físico e telefônico com a vítima e que, quando conseguia telefonar para ela, Antúlio a obrigava a manter a ligação em viva-voz para ter o controle do que era conversado.

O advogado de defesa de Antúlio, Felipe Prata Pravato Rangel, informou que o cliente nega ter mantido a idosa em cárcere privado. Segundo ele, a mulher tinha livre acesso à casa e podia entrar e sair quando quisesse.

Relembre o caso

O homem possui um histórico de crimes envolvendo tortura e cárcere privado de mulheres, além de tentativas de assassinato de um delegado e um juiz. Os crimes aconteceram na década de 90, ele ficou conhecido como “maníaco da Ilha do Boi” após torturar com ferro quente, socos e pancadas e manter em cárcere privado a esposa e três filhos em um apartamento na capital Vitória. No mesmo período, ele fez o mesmo com mais cinco mulheres, sendo que apenas duas conseguiram fugir. Os corpos de outras três nunca foram encontrados. Os crimes dele vieram à tona em 2005, quando a esposa dele conseguiu fugir do apartamento onde era mantida em cárcere privado e denunciá-lo á Polícia Civil.

Após as investigações, Antúlio foi condenado a mais de 101 anos de prisão; porém em janeiro de 2010, ele conseguiu um habeas corpus que o permitiu ir para a prisão domiciliar na casa de parentes, em Colatina. O argumento foi o de que um acidente vascular cerebral (AVC) o havia deixado em uma cadeira de rodas, com parte do corpo paralisado. Mesmo nessa condição, Antúlio fugiu para Minas Gerais, onde acabou preso em flagrante, em 2013, acusado de manter outra mulher, de 30 anos, com quem teve um filho, à época com 1 ano e meio, em cárcere privado. No local, também foram encontradas três adolescentes trabalhando para ele em condições inadequadas.

Em meados do ano passado a Polícia Civil identificou que Antúlio estava em São Gabriel da Palha, cidade onde uma das mulheres que foi vítima dele reside; a PC passou então a monitora-lo e em seguida ele desapareceu, sendo preso agora em Colatina, onde estava morando. (foto: Heriklis Douglas)

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