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MP do Rio vai analisar imagens de câmeras corporais após operação que deixou 121 mortos no Complexo da Penha e Alemão

© Tânia Rêgo/Agência Brasil
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) determinou a verificação das imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais que participaram da Operação Contenção, realizada nesta terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão. A ação resultou na morte de 121 pessoas, entre elas quatro policiais, além de mais de 100 prisões e da apreensão de 118 armas, em sua maioria fuzis, e 14 artefatos explosivos.

O procurador-geral de Justiça do Estado, Antônio Campos Moreira, destacou que o acesso e a análise das imagens são fundamentais para esclarecer as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação.

Questionado sobre a quantidade de câmeras utilizadas pelos agentes, o procurador afirmou que os detalhes da atuação policial só poderão ser conhecidos após a entrega do relatório circunstanciado pelas forças de segurança envolvidas.

“Somente a partir desse relatório, do recebimento das imagens, dos primeiros laudos de necropsia, dos exames de confronto balístico e dos depoimentos já colhidos pela Polícia Civil, é que o Ministério Público poderá elaborar uma avaliação técnica independente e mais precisa sobre o que realmente aconteceu”, explicou.

Campos Moreira classificou a operação como um cenário de “verdadeira guerrilha urbana” e destacou a complexidade da apuração, já que parte do confronto ocorreu em uma área de mata fechada. Segundo ele, todos os protocolos já foram acionados para garantir uma investigação rigorosa e técnica.

O procurador informou ainda que o MPRJ pretende colher depoimentos de todos os envolvidos, desde a autorização e o planejamento da operação até a sua execução, incluindo os responsáveis pela coordenação das equipes. Ele também convidou a população a colaborar com as investigações.

“Temos no Ministério Público uma estrutura de monitoramento constante das operações policiais e um canal direto com a sociedade. Todos que procurarem o MP serão ouvidos com respeito e atenção. A partir desse conjunto de informações, construiremos uma análise técnica e imparcial dos fatos”, concluiu o procurador-geral.

Fonte: Agência Brasil

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