Nome de Guerino Zanon é cotado para compor chapa de vice de Pazolini ao Governo do ES

Fora de disputas eleitorais desde 2022, quando perdeu a corrida ao Governo do Estado, Guerino Zanon (PSD) pode estar prestes a voltar à cena política. O ex-prefeito de Linhares está com o nome cotado para compor como vice, numa eventual chapa ao Palácio Anchieta liderada pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos).
O nome de Guerino começou a circular no mercado político na semana passada, após articulações entre a cúpula do PSD e do Republicanos no Estado, mais precisamente entre o ex-governador Paulo Hartung (PSD) e Erick Musso, presidente do Republicanos-ES.
PSD e Republicanos são aliados e, se nada mudar no plano nacional e local, devem caminhar juntos nas eleições do ano que vem. Segundo interlocutores do grupo, que conta também, hoje, com o Partido Novo. Hartung teria iniciado um diálogo sobre o assunto com os filhos de Guerino na semana passada. O encontro teria ocorrido durante um evento político-empresarial em Linhares, em que Hartung foi um dos palestrantes. Guerino não estava presente, mas teria sido informado e dado sinal verde para tocar a agenda.
Na sexta-feira da semana passada, Erick e Hartung se reuniram para um café. O ex-governador chegou a postar foto do encontro, chamando o ex-deputado de “nosso coordenador”. Não há dúvidas de que as eleições de 2026 fizeram parte do cardápio.
Embora falte pouco mais de um ano para o pleito e o nome do vice seja, tradicionalmente, o último a ser definido, lideranças dos dois partidos já estariam agendando uma conversa presencial com Guerino para discutirem o projeto, que agrada a maior parte do grupo, segundo apurou a coluna.
Abaixo, alguns pontos que foram abordados como positivos, numa possível aliança entre Pazolini e Guerino rumo ao Palácio Anchieta.
Reforço no interior
A estratégia na composição de uma chapa majoritária é basicamente achar um vice que acrescente. Ou seja, que contribua levando consigo eleitores de um reduto ou de um setor em que o cabeça de chapa seja mais fraco ou que não tenha tanta proximidade.
Isso é calculado em pesquisas qualitativas. Por exemplo, quando o candidato a prefeito ou a governador atrai mais votos masculinos, é escolhida uma mulher para compor a vice e, assim, atrair votos femininos. Quando o cabeça de chapa atrai mais votos de regiões nobres, escolhe-se um vice com reduto na periferia, e por aí vai.
Pazolini é o prefeito da Capital do Estado. É muito conhecido na Grande Vitória. Mas, fora da Região Metropolitana, seu nome não tem a mesma capilaridade. E ele sabe disso. Tanto que tem feito incursões pelo interior de forma ostensiva, participando de eventos, de reuniões políticas e caminhadas, tendo Erick e o deputado federal Evair de Melo (PP) na função de abrir caminho. Não que essa estratégia não seja boa, mas por melhor que seja não se compara a ter alguém da própria região, e de preferência bem avaliado, compondo e pedindo votos para a chapa.
Linhares é o sexto maior colégio eleitoral do Estado, perde apenas para a Região Metropolitana (Serra, Vila Velha, Cariacica e Vitória) e para Cachoeiro. É também o reduto de Guerino. Em 2022, ele “venceu” a eleição para o Governo do Estado no município. Teve 43,59% dos votos contra 28,26% do governador Renato Casagrande (PSB), que foi reeleito – Guerino ficou em terceiro lugar.
Já no ano passado, não conseguiu transferir votos para reeleger seu candidato, o então prefeito Bruno Marianelli (Republicanos). Bruno obteve 39,23% dos votos e perdeu para Lucas Scaramussa (Podemos), que teve 52,92% e foi eleito prefeito de Linhares.
Ainda assim, Guerino conserva um capital político relevante no maior município do Norte do Estado e que não pode ser ignorado.