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PF deflagra megaoperações contra esquemas bilionários de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis

© Marcelo Camargo/Agência Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, lançou nesta quinta-feira (28) duas operações de grande porte — Quasar e Tank — em diferentes estados do país, com o objetivo de desarticular organizações criminosas que atuavam na cadeia produtiva de combustíveis.

Segundo a PF, embora distintas, as ações tinham como alvo estruturas sofisticadas de lavagem de dinheiro, responsáveis por movimentações bilionárias e indícios de ligação com facções criminosas. As investigações revelaram o uso de fundos de investimento para mascarar patrimônio ilícito, em operações simuladas de compra e venda de ativos entre empresas do mesmo grupo econômico.

“O objetivo era dificultar a identificação dos beneficiários reais, blindar patrimônio e esconder a origem dos recursos”, destacou a corporação.

Operação Quasar

Em São Paulo, a Operação Quasar cumpre 12 mandados de busca e apreensão na capital, em Campinas e em Ribeirão Preto. A Justiça Federal autorizou ainda o bloqueio de bens e valores de investigados até o limite de R$ 1,2 bilhão, além da quebra de sigilos bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas envolvidas.

Operação Tank

Já no Paraná, a Operação Tank tem como alvo o que a PF chama de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já descobertas no estado. O grupo criminoso, em atividade desde 2019, teria lavado pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma malha de empresas ligadas a postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, instituições de pagamento e firmas de cobrança.

As apurações apontam que os criminosos se valiam de depósitos fracionados, “laranjas”, repasses sem lastro fiscal, fraudes contábeis e transações simuladas para dar aparência de legalidade ao dinheiro. Também foram identificadas irregularidades no comércio de combustíveis, como adulteração de gasolina e a prática da “bomba baixa”, em que o volume abastecido é menor do que o registrado. Pelo menos 46 postos de Curitiba estariam envolvidos.

No total, estão sendo cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Os bens bloqueados ultrapassam R$ 1 bilhão, atingindo 41 pessoas físicas e 255 empresas investigadas.

Fonte: Agência Brasil

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