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Polícia Civil prende 9 policiais suspeitos de integrarem milícia no Rio

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou nesta quarta-feira (14), a primeira operação, após o decreto de intervenção na segurança do Estado, para combater a milícia que atua na cidade de Mesquita, na Baixada Fluminense. Segundo a Secretaria de Segurança, nove pessoas foram presas. Entre elas, ao menos cinco policiais da ativa, quatro lotados no 20º Batalhão de Polícia Militar (Mesquita) e um no 2° BPM (Botafogo). Outro suspeito é ex-policial. É a primeira operação sob comando do novo chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, um dia depois de tomar pose no cargo.

De acordo com as investigações, o grupo é suspeito de cobrar taxa de segurança a residências e comerciantes, de explorar o serviço de distribuição de sinal clandestino de TV a cabo, de vender água e gás e de explorar o transporte alternativo no município de Mesquita. Segundo o delegado Luis Otávio Franco, da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, o objetivo da operação foi alcançado. “Conseguimos prender todos os alvos da operação de hoje”, afirmou o delegado assistente. As investigações tiveram início a partir da denúncia de uma vítima que esteve na Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) e relatou que, há cerca de dez meses, um grupo da região passou a praticar extorsões, sob o pretexto de oferecer “suposta segurança”. A testemunha afirmou que sofria cobranças e que o grupo impôs o pagamento de uma taxa para cada uma das lojas que ele possuía, totalizando R$ 1.000 semanais pelas duas lojas. O líder das ações foi identificado como o policial militar Márcio Lima Cunha, conhecido como “Zebu”.

Ao se recusar a pagar a “taxa de segurança”, a vítima, que também é policial militar, sofreu uma emboscada praticada por integrantes do grupo liderado pelo miliciano. Um amigo que o acompanhava foi atingido por disparos e morreu no local. A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense abriu inquérito para investigar o caso. De acordo com o titular da Draco, delegado Alexandre Herdy, o grupo é suspeito de explorar vários serviços. “Além de cobrar pela taxa de segurança a residências e comerciantes, as investigações apontaram que havia a distribuição de sinal clandestino de TV a cabo, venda de água e de gás, exploração de transporte alternativo, liberação de vias para shows de pagodes, cestas básicas, empréstimos de dinheiro a juros e serviços de mototáxis”, afirmou o delegado.

A Draco está desde fevereiro desde 2011 subordinada à Secretaria de Segurança. Foram apreendidos na ação quatro pistolas, munições, dinheiro em espécie e blocos de anotação. Entre o material apreendido pela polícia, está o chamado Jammer 8 antenas, um bloqueador de sinal muito utilizado em roubo de cargas para barrar o rastreamento de caminhões. Os oito mandados de prisão temporária expedidos pela Vara Criminal de Mesquita são contra Paulo José Lírio Salviano, André Lemos da Silva, Márcio Lima da Cunha, o “Zebu”, Natanael de Oliveira Gonçalves, André Silva Nicodemus, o “Geladeira”, Daniel Alex Soares da Silva, o “Escobar”, Renato de Castro de Oliveira e Tiago Costa Gomes. Eles são investigados pelos crimes de constituição de milícia privada e extorsão. Duas das prisões foram em flagrante.

Dez mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em ação conjunta da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio, da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Segurança e da Corregedoria interna da PM.

Com informações da Agência Brasil

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