Presidente da Câmara proíbe reuniões de comissões até agosto, em meio a tentativa de apoio político a Bolsonaro
23/07/2025 06:53 Redação

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, suspendeu todas as reuniões de comissões da Casa no período de 22 de julho a 1º de agosto. A decisão foi formalizada em um ato publicado nesta terça-feira (22), coincidindo com os preparativos da Comissão de Segurança Pública — presidida pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) — para votar uma moção de solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Desde a última sexta-feira (18), Bolsonaro cumpre medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e restrições ao uso de redes sociais.
O comunicado oficial de Hugo Motta afirma: “Fica vedada, no período de 22 de julho a 1º de agosto de 2025, a realização de reuniões de comissões da Câmara dos Deputados.” A decisão foi divulgada enquanto parlamentares da oposição, aliados de Bolsonaro, já se encontravam na sala da comissão.
Além da Comissão de Segurança Pública, outra comissão liderada por aliados do ex-presidente — a de Relações Exteriores, também presidida por um deputado do PL — tinha reunião agendada com o objetivo de prestar apoio público a Bolsonaro.
Com a suspensão, parlamentares do PL fizeram um pronunciamento à imprensa, criticando o Judiciário brasileiro pelas investigações contra o ex-presidente e reafirmando seu apoio a ele.
As medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, incluem proibição do uso direto ou indireto de redes sociais e uso de tornozeleira eletrônica. De acordo com Moraes, Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro — que se encontra nos Estados Unidos — teriam admitido, de forma explícita, crimes como coação no andamento do processo, obstrução de Justiça e tentativa de ruptura do Estado Democrático de Direito.
As determinações judiciais fazem parte do inquérito que apura a atuação de Eduardo Bolsonaro junto ao governo norte-americano de Donald Trump para tentar pressionar autoridades brasileiras, prejudicar ministros do STF e inviabilizar o andamento de investigações relacionadas a uma suposta tentativa de golpe.
Fonte: Agência Brasil
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