Economia

Produção de veículos cresce no semestre, mas setor prevê dificuldades no segundo semestre

© Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo
© Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo

A indústria automotiva brasileira registrou crescimento de 7,8% na produção de veículos durante o primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. No total, foram produzidas 1,226 milhão de unidades, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Apesar do avanço, a entidade alerta que o cenário para a segunda metade do ano deve ser mais desafiador, devido a fatores conjunturais do mercado.

As vendas de veículos no período somaram 1,199 milhão de unidades, representando alta de 4,8% em relação aos primeiros seis meses do ano passado.

O levantamento também revelou um aumento expressivo nas exportações, que cresceram 59,8%, totalizando 264,1 mil unidades. Esse desempenho positivo se deve, em grande parte, à recuperação econômica da Argentina, principal destino dos veículos brasileiros.

Dependência do mercado argentino

No primeiro semestre de 2025, 60% dos veículos exportados pelo Brasil foram enviados à Argentina. Segundo a Anfavea, o país vizinho tem se tornado cada vez mais essencial para manter os níveis atuais de exportação, já que as vendas para outros mercados não apresentaram crescimento significativo.

Em relação às importações, o Brasil adquiriu 228,5 mil veículos no semestre, um aumento de 15,6% em relação ao mesmo período de 2024.

O presidente da Anfavea, Igor Calvet, destacou que esse volume equivale à produção anual de uma grande montadora nacional, com mais de 6 mil empregos diretos, sem contar os postos gerados ao longo da cadeia produtiva.

“Estamos observando um aumento preocupante na entrada de veículos chineses com Imposto de Importação abaixo da média global. Não podemos permanecer inertes diante de medidas que comprometam o projeto de neoindustrialização do Brasil, como a proposta de redução da alíquota para montagem de veículos semi-desmontados, que trazem pouco valor agregado e quase não geram empregos”, declarou Calvet.

Queda em junho

Apesar dos bons resultados no semestre, os números de junho acenderam um sinal de alerta. A produção no mês foi de 200,8 mil unidades, uma queda de 6,5% em relação a maio (214,7 mil) e de 4,9% na comparação com junho de 2024.

As vendas também recuaram, somando 212,9 mil veículos em junho — retração de 5,7% em relação a maio e de 0,6% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

No caso das exportações, foram embarcadas 50,7 mil unidades no mês passado. O número representa leve queda de 1,7% em relação a maio, mas é 75% superior ao volume exportado em junho do ano passado.

“O desempenho de junho nos preocupa bastante. Mesmo com um dia útil a menos, as reduções na produção, nos emplacamentos e nas exportações foram significativas. Além disso, registramos uma perda de mais de 600 empregos diretos nos últimos meses, o que é alarmante”, afirmou Calvet.

Fonte: Agência Brasil

Categorias
Economia