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Senado aprova criação do Programa Nacional de Cuidados Paliativos para garantir dignidade e qualidade de vida a pacientes com doenças graves

© Jonas Pereira/Agência Senado
© Jonas Pereira/Agência Senado

O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (22), o Projeto de Lei (PL) que institui o Programa Nacional de Cuidados Paliativos, voltado para aliviar o sofrimento e promover qualidade de vida a pacientes com doenças graves e progressivas, bem como a seus familiares e cuidadores. O programa será financiado pela União, estados, Distrito Federal e municípios. Após a aprovação, o texto retorna à Câmara dos Deputados para nova análise.

De acordo com o relator da proposta, senador Otto Alencar (PSD-BA), a iniciativa representa um marco importante para o sistema de saúde brasileiro, pois busca prevenir e aliviar o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual dos pacientes.

“A exemplo de outros países que já avançaram na regulamentação dos cuidados paliativos, o Brasil dá um grande passo para garantir dignidade e qualidade de vida aos seus cidadãos. Em todo o mundo, os cuidados paliativos são reconhecidos como parte essencial de sistemas de saúde de qualidade”, destacou o parlamentar.

Direitos garantidos aos pacientes e familiares

O projeto assegura aos pacientes o direito a cuidados paliativos proporcionais à gravidade de sua condição, prestados por uma equipe multidisciplinar. Também garante o direito à informação sobre o estado clínico, participação nas decisões sobre o tratamento, além da privacidade e confidencialidade de seus dados pessoais.

Os familiares, por sua vez, terão direito a apoio psicológico e informativo, podendo participar das decisões sobre os cuidados, sempre respeitando a vontade expressa do paciente.

O texto ainda prevê medidas para capacitar profissionais da área de saúde, garantir fornecimento de medicamentos essenciais e assegurar a presença de cuidadores nos hospitais. Quando houver contraindicação médica para visitas presenciais, será garantido o direito à videochamada.

Estudo internacional e desafios no Brasil

Em seu relatório, Otto Alencar citou um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Singapura (2023), que avaliou a qualidade dos cuidados paliativos em 81 países. O Reino Unido lidera o ranking mundial, enquanto o Brasil ocupa a 79ª posição.

Segundo o senador, a ausência de políticas públicas estruturadas e regulamentação específica tem dificultado o avanço dessa área no país.

“A implementação de políticas abrangentes, com investimento em infraestrutura, formação de profissionais e campanhas de conscientização, é fundamental para elevar o padrão dos cuidados paliativos no Brasil”, avaliou.

Com a aprovação no Senado, a expectativa é que o programa traga avanços significativos para o Sistema Único de Saúde (SUS), fortalecendo o atendimento humanizado e garantindo mais dignidade aos pacientes em situações críticas de saúde.

Fonte: Agência Brasil

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