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STF amplia sessões para julgamento de Bolsonaro e aliados no caso da trama golpista

© Rosinei Coutinho/STF
© Rosinei Coutinho/STF

O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a realização de sessões extras para o julgamento do núcleo 1 da trama golpista, que tem como réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados próximos.

A decisão foi tomada após pedido do relator, ministro Alexandre de Moraes, que solicitou mais tempo para análise do processo. Inicialmente, o julgamento estava previsto para os dias 9, 10 e 12 de setembro, mas agora contará também com uma sessão dupla no dia 11, manhã e tarde, além das demais datas já confirmadas. Para viabilizar a mudança, a sessão do plenário do STF marcada para 11 de setembro à tarde foi cancelada.

Agenda definida

  • Dia 9 – 9h e 14h
  • Dia 10 – 9h
  • Dia 11 – 9h e 14h
  • Dia 12 – 9h e 14h

O julgamento começou nesta semana, com as sustentações orais das defesas e o parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que defendeu a condenação de todos os acusados. A votação terá início no dia 9 e poderá resultar em penas superiores a 30 anos de prisão.

Acusações

Os réus são apontados como participantes da elaboração do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa atentados contra autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

A denúncia também envolve a chamada “minuta do golpe”, que teria sido discutida com Bolsonaro e serviria como base para a decretação de estado de defesa e de sítio, numa tentativa de anular o resultado das eleições de 2022. Além disso, os acusados são responsabilizados pela articulação que culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Crimes atribuídos

Os réus respondem por:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

As penas, em caso de condenação, podem chegar a 30 anos de prisão.

O ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem teve parte das acusações suspensas em razão de imunidade parlamentar prevista na Constituição. Ele não responde pelos crimes relacionados aos danos do 8 de janeiro, mas continua acusado de três delitos.

Quem são os réus

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin e deputado federal
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
  • Augusto Heleno – ex-ministro do GSI
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Fonte: Agência Brasil

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