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STF promove acareação entre Mauro Cid e Marcelo Câmara em investigação sobre trama golpista

© Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
© Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta quarta-feira (13) uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Costa Câmara, ambos réus em um dos processos sobre a tentativa de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder por meio de um golpe de Estado.

A audiência foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das quatro ações penais ligadas ao caso, atendendo a um pedido da defesa de Câmara. Os advogados afirmam que Cid — ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no processo — teria mentido em seu depoimento.

Câmara nega ter participado de reuniões no Palácio do Alvorada para tratar de minutas golpistas e também afirma não ter conhecimento dos reais objetivos por trás das ordens que recebeu para monitorar determinadas pessoas. Ele contesta ainda a declaração de Cid de que teria realizado vigilância contínua sobre Moraes.

Para viabilizar a acareação, Moraes determinou que Câmara, atualmente preso preventivamente no Complexo Penitenciário da Papuda, seja escoltado com uso de monitoramento eletrônico, permanecendo proibido de se comunicar com qualquer pessoa que não seja seu advogado.

Assim como em acareações anteriores, o procedimento não será gravado em áudio ou vídeo, e apenas uma ata oficial com os depoimentos será anexada ao processo. A imprensa não terá acesso às falas dos réus.

Câmara é acusado de integrar o núcleo 2 da trama, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável por coordenar ações estratégicas do golpe, incluindo a elaboração de minutas e a execução de operações contra opositores.

Além de Câmara, também respondem como réus nesse núcleo:

  • Filipe Martins – ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro
  • Silvinei Vasques – ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal
  • Mário Fernandes – general do Exército
  • Marília de Alencar – ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal
  • Fernando de Sousa Oliveira – ex-secretário-adjunto de Segurança do Distrito Federal

Todos foram denunciados pela PGR por cinco crimes: organização criminosa, golpe de Estado, tentativa violenta de abolir o Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Fonte: Agência Brasil

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