STF retoma julgamento que pode levar Carla Zambelli a nova condenação

O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para o dia 15 de agosto a retomada do julgamento virtual que pode resultar em uma nova condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar já foi sentenciada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023.
Agora, o plenário analisará a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa Zambelli de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo. O caso está relacionado ao episódio em que a deputada sacou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo nas ruas de São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. O confronto teve início após um desentendimento entre os dois durante um ato político no bairro dos Jardins.
O julgamento, que estava suspenso desde março por um pedido de vista do ministro Nunes Marques, será retomado após ele devolver o processo nesta sexta-feira (1º). Até o momento, seis ministros já votaram pela condenação de Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. Eles também defenderam a perda do mandato parlamentar, em decorrência da condenação criminal.
Todos os votos até agora acompanharam o relator, ministro Gilmar Mendes, que destacou que a atitude de Zambelli ao usar uma arma para reagir a provocações fere os princípios do Estado Democrático de Direito. Segundo Mendes, ao entrar armada em um estabelecimento comercial e apontar a arma para Luan Araújo, ordenando que ele se deitasse no chão, a deputada impôs uma grave ameaça que restringiu momentaneamente a liberdade do jornalista.
Além de Mendes, já votaram pela condenação os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin.
Prisão e extradição
Na última terça-feira (29), Carla Zambelli foi presa em Roma, após tentar escapar da ordem de prisão emitida pelo ministro Alexandre de Moraes em razão da sentença no caso do CNJ. A Justiça italiana decidiu manter a parlamentar detida.
Com cidadania italiana, Zambelli deixou o Brasil em maio deste ano em busca de asilo político na Itália. Após sua fuga, o governo brasileiro formalizou um pedido de extradição para que ela retorne ao país. A decisão final cabe à Justiça da Itália, que ainda não estabeleceu um prazo para o desfecho do processo.
Fonte: Agência Brasil