TRF-2 mantém prisão de ex-deputado TH Joias e outros 13 alvos da Operação Zargun

A 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) decidiu, por unanimidade, nesta segunda-feira (8), manter a prisão preventiva do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias (ex-MDB), e de mais 13 investigados na Operação Zargun, deflagrada na última semana.
Acusações contra TH Joias
Segundo as investigações, TH Joias atuava como intermediário na compra e venda de armas para o Comando Vermelho, principal facção criminosa do Rio de Janeiro. Ele foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, zona oeste da capital.
A apuração aponta ligação direta do ex-parlamentar com lideranças do Comando Vermelho em comunidades como o Complexo do Alemão, da Maré e Parada de Lucas. Além de armas, como fuzis, ele também negociaria drogas e equipamentos antidrones para dificultar operações policiais em áreas dominadas pela facção.
Movimentações financeiras suspeitas
Na decisão, o desembargador Macario Neto destacou que o ex-deputado e sua companheira, Jessica de Oliveira Lima, movimentaram mais de R$ 13 milhões entre 2021 e 2023. As contas de Jessica concentraram a maior parte das transações suspeitas, com valores entre R$ 440 mil e R$ 1,9 milhão.
De acordo com o magistrado, houve movimentações incompatíveis com a renda declarada, além de depósitos fragmentados e uso de terminais de autoatendimento para mascarar a origem dos valores. Empresas ligadas ao casal, como TH Joias, Açougue BR e Somar Ateliê, teriam servido para encobrir transferências ilícitas.
Outros presos
Entre os demais detidos estão:
- Alessandro Pitombeira Carracena, ex-secretário estadual de Esportes e advogado;
- Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como Índio do Lixão;
- o delegado federal Gustavo Steel;
- o ex-assessor de TH Joias, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves (Dudu);
- Luciano Martiniano da Silva;
- Wallace de Brito Trindade;
- Kleber Ferreira da Silva;
- Davi Costa Rodrigues da Silva;
- além de cinco policiais militares do Rio, alguns ligados à Alerj: Rodrigo da Costa Oliveira, Alexandre Marques dos Santos Souza, Wallace Menezes Vargas de Andrade Tobias, Wesley Ferreira da Silva e Leandro Alan dos Santos.
Prisão em penitenciária federal
Diante da gravidade do caso, o desembargador determinou a transferência de parte dos investigados para presídios federais de segurança máxima. A medida alcança: TH Joias, Luciano Martiniano da Silva, Gabriel Dias de Oliveira, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves (Dudu), o delegado Gustavo Steel e Rodrigo da Costa Oliveira.
“Todos apresentam alto grau de periculosidade, capacidade de articulação fora da prisão e histórico de interferência na Justiça, seja por coação, corrupção de agentes públicos ou uso de informações privilegiadas, sempre em benefício da atividade criminosa”, destacou Macario Neto.
Fonte: Agência Brasil