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Juros bancários voltam a subir em agosto e cartão de crédito rotativo atinge 451,5% ao ano

© José Cruz/Agência Brasil
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As estatísticas de crédito divulgadas nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central (BC) mostram que os juros cobrados por bancos de famílias e empresas voltaram a subir em agosto.

Entre as modalidades, o maior destaque foi o cartão de crédito rotativo, cuja taxa média avançou 5,3 pontos percentuais (pp) no mês, alcançando 451,5% ao ano — um dos patamares mais altos do mercado. Apesar das regras que limitam a cobrança, em vigor desde janeiro de 2024, a taxa continua em níveis elevados.

Nos últimos 12 meses, o custo do rotativo subiu 24,6 pp. Esse tipo de crédito é usado quando o cliente paga menos que o total da fatura, acumulando juros sobre o saldo devedor. Após 30 dias, a dívida passa a ser automaticamente parcelada. Nesse caso, os juros ficaram em 180,7% ao ano, com leve recuo no mês.

Juros para famílias e empresas

  • Famílias: no crédito livre, a taxa média de juros chegou a 58,4% ao ano, alta de 0,5 pp em agosto e de 6,6 pp em 12 meses.
  • Empresas: os juros médios subiram para 25,2% ao ano, com destaque para as operações de capital de giro de até 365 dias, que chegaram a 38%, após avanço de 9,6 pp no mês.

Já no crédito direcionado (habitacional, rural, infraestrutura e microcrédito), os juros ficaram em 11,1% para pessoas físicas e 13,6% para empresas.

No consolidado — considerando recursos livres e direcionados — a taxa média das concessões subiu para 31,8% ao ano, acompanhando o efeito da Selic em 15%.

Spread e concessões

O spread bancário (diferença entre custo de captação e taxa final ao consumidor) também cresceu, atingindo 2,2 pp em 12 meses.

Em agosto, as concessões de crédito somaram R$ 633,8 bilhões, com recuo de 0,2% em relação a julho. Ainda assim, no acumulado de 12 meses houve expansão de 11,4%, impulsionada por alta de 14% nas operações para empresas e de 9,3% para pessoas físicas.

O estoque total de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou R$ 6,757 trilhões, crescimento de 0,5% no mês.

Endividamento e inadimplência

A inadimplência manteve-se em 3,9% em agosto, sendo 4,8% para pessoas físicas e 2,6% para pessoas jurídicas.

O endividamento das famílias ficou em 48,6% da renda acumulada em 12 meses, enquanto o comprometimento da renda (parcela destinada ao pagamento de dívidas) chegou a 27,9%.

Fonte: Agência Brasil

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