Governo e entidades anunciam acordo para suspender a greve dos caminhoneiros
“O que estamos acordando é que o preço ficará fixo no patamar definido pela Petrobras por 30 dias. Nos primeiros 15 dias, voluntariamente proposto pela Petrobras, e, a partir do 16º dia, o governo irá pagar “, disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, negou que essa decisão represente uma intervenção na política de preço da Petrobras. “A política de preços continua intacta até a porta da refinaria. Depois, o governo propõe uma política de preços de acordo com a realidade brasileira.”
De acordo com os ministros, os representantes dos caminhoneiros aceitaram dar uma trégua de 15 dias na greve. Depois deste período, as partes voltam a se reunir para negociar as reivindicações da categoria. Apesar do anúncio do acordo com entidades de representação dos caminhoneiros, não há certeza de que a greve será encerrada. Nélio Botelho, presidente Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado do Rio de Janeiro, diz que não reconhecesse esse acordo.
“Estamos todos revoltados, quem não participou da reunião está discordando de tudo o que foi decidido com o governo. Não vamos apoiar esse absurdo. Recusamos e vamos avisar aos caminhoneiros para não desmobilizar. Esse acordo não resolve o problema de ninguém”, afirmou ele a VEJA.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) não participou da reunião. Seu presidente, José da Fonseca Lopes, abandonou a reunião logo no início dizendo não concordar com os termos do acordo que estava sendo desenhado.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, minimizou a ausência de Fonseca e afirmou que o acordo foi fechado com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), a qual a Abcam é filiada. “A forma como ele saiu, as palavras que ele usou abandonando a reunião, mostraram que ele nunca deveria ter entrado na reunião.”