Justiça

Coronel Ferreira é absolvido durante julgamento acusado de assassinatos no Norte do ES

O Coronel  da reserva da Polícia Militar do Espírito Santo, Walter Gomes Ferreira, acusado de mandar matar o juiz Alexandre Martins Filho em março de 2003, foi absolvido pela justiça pela morte de Esmário Mota Soares, conhecido como Mazinho Mota. Foram mais de 15h de julgamento no fórum de Baixo Guandu. Além do coronel, que segue preso pelo assassinato do juiz, outros dois suspeitos de envolvimentos no crime também foram absolvidos.

O julgamento, que começou às 9h30 de sexta-feira (3) e terminou na madrugada de sábado (4), foi referente a morte de Esmário Mota Soares, conhecido como Mazinho Mota. De acordo com a defesa do coronel Ferreira, não havia provas que incriminassem os réus pela morte de Mazinho.

O Ministério Público do Espírito Santo recorreu da absolvição de coronel Ferreira e dos outros dois réus. O MPES sustentou que a decisão foi manifestamente contrária às provas contidas nos autos do processo. Os sete jurados foram sorteados. As testemunhas e réus foram ouvidos e a acusação teve duas horas e meia para apresentar os argumentos. Os advogados dos réus tiveram mais duas horas e meia para apresentar a defesa.

Além do coronel Ferreira, foram a júri popular Vilma Aparecida Tesche e Fábio Eugenio Bastos. Vilma não foi ao julgamento e apresentou um atestado médico. A defesa da ré não quis se pronunciar.

Entenda o caso

Segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES), o coronel Ferreira foi apontado como líder de uma organização criminosa, responsável por pelo menos quatro assassinatos nas cidades de Baixo Guandu, Pancas e Colatina. Os três réus foram denunciados em fevereiro de 2008 pelo MPES, pelos crimes de associação criminosa e homicídio duplamente qualificado, praticado em atividade de grupo de extermínio.

As investigações também apontaram que o grupo contava com uma extensa rede de colaboradores que agiam deliberadamente para cometer crimes diversos, como homicídios, extorsão, agiotagem e coação, sob a liderança de Ferreira. Dos seis integrantes do grupo criminoso denunciado pelo MPES, três já faleceram.

Conforme a denúncia do Ministério Público, o primeiro homicídio aconteceu no dia 16 de março de 2002, quando Antônio Corrêa dos Santos e Elizabeth Peruchi Motta foram executados em Pancas. No dia 22 de março do mesmo ano foi encontrado o corpo do agricultor, Esmário Mota Soares, conhecido como Mazinho. O produtor rural foi vítima de uma emboscada e morto a tiros dentro de um carro em Baixo Guandu. Ele era cunhado de Elizabeth, que foi morta dias antes.

Segundo a denúncia do MP-ES, Mazinho também fazia parte dessas associação criminosa, mas em determinado momento resolveu agir por conta própria e isso teria motivado a execução dele. A quarta vítima, Antônio Costa Neto, foi executado em maio de 2002 em Colatina. Ele era marido de Vilma, uma das acusadas.

Coronel já foi condenado pela morte do juiz Alexandre Martins

O coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, já foi condenado a 23 anos de prisão por mandar matar o juiz Alexandre Martins em 24 de março de 2003 e cumpre pena no presídio do Quartel do Comando Geral da PMES, em Maruípe. O juiz foi executado a tiros na porta de uma academia em Vitória. O julgamento foi realizado 12 anos após a morte do juiz, em 2015. A pena do Coronel foi diminuída após o Tribunal de Justiça do Espírito Santo rever o julgamento do caso e a pena foi para 16 anos.

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